"A todos os visitantes de passagem por esse meu mundo em preto e branco lhes desejo um bom entretenimento, seja através de textos com alto teor poético, através das fotos de musas que emprestam suas belezas para compor esse espaço ou das notas da canção fascinante de Edith Piaf... Que nem vejam passar o tempo e que voltem nem que seja por um momento!"

30.6.14


Embeiçados

Ela tem boca torta
Nariz grande
Cabelo mal cortado
Rói as unhas
Usa cunhas
Mas eu estou apaixonado

Ele tem as suas sardas
Pontos negros
Uma boca exagerada
Desafina e desatina
Mas eu estou apaixonada

Ela é ciumenta, rabugenta
Embirrenta e tagarela
intriguista e moralista
Mas eu estou louco por ela

Ele faz cenas gagas, altas fitas
Não tem confiança em mim
faz-se caro, faz-me trombas
Mas eu gosto dele assim

Diz-se que o amor é cego
Deforma tudo a seu jeito
Mas eu acho que o amor descobre
O lado melhor do que parece defeito

Porque eu gosto, gosto dele
E ela gosta, gosta de gostar de mim

  Clã

 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

28.6.14


aquela mulher

sempre invejou as mulheres de atenas. sentia pena, muita pena, das amélias. nunca se mirou naquelas [helenas], que "não têm gosto, só têm vontades; nem defeito, nem qualidade", cozinham, bordam, geram, [des]esperam... ademais, não lhe eram espelho. nem exemplo. não eram deusas do olimpo. não eram nada que qualquer outra mortal também não fosse, exercendo seu papel de fêmea. soube que morreu por elas [estátuas gregas] de pura inveja: moravam com iolanda, carolina, terezinha e tantas delas na canção de chico. apenas isso. 

  valéria tarelho

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

27.6.14


Rapariga andando a cavalo num campo de girassóis

Postura perfeitamente direita,
satisfeita e pensativa,
ela prende numa mão,
não segura, as rédeas do Verão:

o verde das árvores e dos arbustos;
o azul da água do lago;
o vermelho da jaqueta
e do colarinho aberto; o castanho
do seu cabelo, preso ao alto,
e do cavalo, bem no meio
do amarelo dos girassóis.

Quando ela pára para descansar,
o Verão descansa.
Quando ela decide partir,
assim se vai o Verão
para além do horizonte.

 David Allan Evans

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

26.6.14


Divagações 

 Florence reparara numa ou outra excentricidade nela mesma ultimamente, que podiam muito bem ser o resultado de trabalho árduo, ou da idade, ou de viver sozinha. Quando a correspondência chegava, por exemplo, dava muitas vezes por ela a perder tempo a olhar para os carimbos dos correios e a interrogar-se de quem poderiam ser, ao invés de as abrir, o mais sensato, e descobri-lo de imediato. 

  Penelope Fitzgerald 
(trad. Maria Sousa) 

 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

25.6.14


Helena

A lua azul roubou a cena daquele céu negro e frio
 Ela trouxe o sonho e uma verdade serena 
A lua azul trouxe Helena 
- cantilena triste de uma vida inteira. 

  Paulo Francisco

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24.6.14


Meu refúgio

em teu ombro
eu repouso
meu cansaço

e em ti
das dores
me refaço

meu descanso
meu remanso

de ternura
de brandura

em teu amor
me encontro

ritual de passagem.

 Ianê Mello

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

23.6.14


 há
na esquina da rua
um piano que toca
notas esparsas
em lá menor

nunca vi
o rosto de quem
se esconde por trás
de acordes sustenidos

e que desfila dedos no teclado
com a leveza de quem
sustenta passarinhos
no ar.

 Alice Sant'Anna 

 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

22.6.14


Você prometeu que estaria no outro trapézio quando eu soltasse o meu, não prometeu? Por isso eu balançava de olhos fechados. Sem medo. Por isso eu ficava de cabeça pra baixo nesse pedaço de madeira suspenso por duas cordas. Você garantiu que me seguraria pelos dois punhos e me levaria para o outro lado. Que haveria alguém no fim do meu salto. Você juntou os pés e jurou que não me deixaria cair nesse número sem rede. Com a cara no picadeiro. Foi por acreditar em você que gasto mais uma das minhas vidas. Morro mais uma vez pela sua ausência. 

  Eduardo Baszczyn 

 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

21.6.14


Sobre as rosas

Não sou mulher de rosas. Já disse de saída, no primeiro encontro, nem recordo a razão (...) Eu não queria ser mais uma na sua cama, por isso disse não gostar de rosas, tampouco das vermelhas, pra me afastar da obviedade do amor. Não sabia como, mas queria que você me notasse diferente de todas as outras. 

  Gabito Nunes

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20.6.14


Pernas para o ar 

Que ela venha de manhã
se aconchegue perto de mim
encoste caso quiser
me abrace se assim desejar

Que venha à tarde
e deixe que pingue a chuva que não cai
que os vizinhos escutem o que quiserem
que minha alma saia de mim
e sua boca entre em mim.

Que fique à noite
a dois
emparedados
emolados
abobalhados
afônicos
em total descontrole,
e com pernas para o ar.

Lúcio Alves de Barros

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

19.6.14


Não leio palavras nos teus olhos 
mas vejo com a sua luz 
um tempo de céu 
 um paraíso 
um mar que me seduz 
Não leio palavras nos teus olhos 
leio a prata dos silêncios 
e o barulho dos sentidos 

  Edgardo Xavier

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18.6.14


 
Já me vesti de preto e dancei um tango atrevido
e até já valsei vestida de branco e rosa
mas esta noite  em que o meu corpo
estava de azul vestido
fui uma Duncan provocadora e livre
rodopiando á tua volta  

 Maria Teresa

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

17.6.14


Estudo sobre a solidão 

Casa velha, morada antiga essa minha, esse corpo meu.
Já não me lembro quantos aqui passaram, as vezes que aqui invadiram e tiraram o sono, a paz.
Quantas e quantas vezes bagunçaram o quarto, mudaram os móveis de lugar, trocaram o gosto da pasta de dentes. Já não me lembro quantas vezes abri as portas e janelas e os vi partir.

Hoje, com o encanamento ressecado, cansado e escorrendo passado por todos os cômodos, respiro fundo e permito que aquele apertando a campainha, entre. 
Abro as portas e janelas, eu permito. 
Sempre penso: Pode ser o encanador!

 Larissa Minghin

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

15.6.14


Livre 

 Eu gostava de sentar no chão e ver mamãe tocando piano... Enquanto ela tocava, eu sonhava... 
Adorava quando eu perguntava: Mamãe o que vou ser quando crescer? Ela dizia: "Livre, livre, livre..." 
Enquanto ela falava eu sorria e no terceiro livre já estava atravessando a porta de vidro em direção ao mar. E eu corria, corria muito. De modo que quando mamãe me alcançava eu já estava no mar. Então... ela me abraçava e a gente ria... Depois eu voltava a correr. 
Eu nunca soube porque mamãe demorava a me alcançar... Será porque eu era boa pra correr, ou mamãe que era boa pra deixar eu voar? 

  Dafne Stamato

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

14.6.14


Vozes 

 Tempo e espaço 
não me limitam. 
A procura 
me avizinha ao mundo. 

A moça espera 
quem nunca partiu, 
depois abraça 
o que nunca chegou. 

 Minha palavra 
é explosão de argila. 

  Prisca Agustoni 

 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

13.6.14


Museu

Se houvesse
um museu
de momentos

um inventário
de instantes

um monumento
para eventos
que nunca aconteceram

se houvesse
um arquivo
de agoras
um catálogo
de acasos

que guardasse por exemplo
o dia em que te vi atravessar a rua
com teu vestido mais veloz

se houvesse
um acervo
de acidentes

um herbário
de esperas

um zoológico
de ferozes alegrias

se houvesse
um depósito
de detalhes

um álbum
de fotografias
nunca tiradas

 Ana Martins Marques

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

12.6.14


Esconde-esconde... 

O amor chegou para a Maria
Que nem é mais donzela
E se vende por qualquer bagatela

1.... 2.... 3....

O amor chegou para o João
Flor na lapela,
Casaco com entretela
Que meia dúzia engambela

4.... 5.... 6....

O amor chegou para a Carminha
Vestido preto e fina canela
que a porta tem sempre tramela

7.... 8.... 9....

O amor chegou para o Antônio
Que bate biela e limpa capela
E de ninguém nada revela

10... 11.... 12....

O amor chegou para a Beatriz
Muito bela
E nada se sabe da vida dela
Exceto que usa só calcinha amarela

13.... 14.... 15.... 

O amor chegou para o Maurício
Escritor de novela
Boa educação sempre zela
E os bons costumes nunca atropela

16.... 17.... 18.... Lá vou eu...

Procurar o Amor
Que afundou minha caravela
Roubou minha aquarela
Me deixou na janela
E nunca mais voltou

 Wania Victoria

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11.6.14


Smile 

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

Charles Chaplin

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

10.6.14


Tudo tão diferente do que fora... 

 Agora, passados tantos anos, voltava à casa de sua infância. Lembrava-se da entrada... mas parecia-lhe que seria maior, mais alta e mais larga... Tantas vezes ali brincara, num entra e sai constante, com os irmão e os amigos "pé descalço" da aldeia! Fora há tanto tempo... tempo demais! Entretanto alguns haviam morrido, já. E ele, consumido pelos anos e pelas preocupações de uma profissão de sucesso voltava, agora, para encontrar apenas ruínas... qual metáfora de uma vida: a sua! 

  BlueShell

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

9.6.14


 
 cair da tarde, luzes apagadas, um cigarro, um silêncio e mais nada 
não é preciso mais para ser feliz 
mesmo quando o passado grita tentando destrancar a porta e se desfaz logo em seguida. 

 e também não podem faltar rosas, sempre, rosas... 

  Aline

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

8.6.14


Ladrar em vão 

 Uma manhã vazia, com certeza domingo. 
Um cão a ladrar disparates 
para casas estranhas, mas com certeza 
não tão bem, tão caninamente como devia, 
porque ninguém vem espreitar à janela, 
ninguém lhe grita furioso: «Cala-te» 

  Judith Herzberg

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

7.6.14


Noite 

 Ele gostava de três coisas neste mundo: 
o coro das vésperas, 
pavões brancos 
e mapas da América já bem gastos. 

 Não gostava de crianças chorando, 
nem de chá com geléia de framboesa 
e nem de mulheres histéricas

 ... e eu era a mulher dele. 

  Anna Akhmátova

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

6.6.14


A esperança com band-aid 

 Hoje 
Vou à luta. 
Procurar 
Melhorar 
Tomar Novalgina 
Relaxante muscular. 
Hoje 
 Vou à luta. 
Quem sabe 
Se não vou 
Encontrar você? 

  Cristina Sauer 

 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

5.6.14


 preparo-me para o baile
a saia rodada
os cabelos soltos
os sapatos prontos

dançamos em conjunto como se não existissem madrugadas

trocamos pares e suores
trocamos ombros e pulsos
tudo é de todos e de ninguém
tudo é só isto o que isto é 
e só isto assim já é perfeito...

começa a tocar alio... 
(uma das minhas mazurkas preferidas)

os pares entregam-se aos primeiros sons do acordeão

os corpos concentrados dedicam-se à música de Toon e Pascale 
nada importa a não ser este segundo

os pares não se escolhem... acontecem...
e desta vez fico sozinha no rebordo da sala
calhou assim...

não me custa dançar sozinha
custa-me a solidão da música
custa-me a solidão de alio no meio da sala... sozinha...

não ter um corpo com que me fundir naquele momento...
não ter quem me resgate naquele segundo...

 sophiarui

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

3.6.14


Hoje 

Hoje, especialmente hoje, não tenho pretensão de ser nada, apenas estar...
E hoje, especialmente hoje, estou feliz...
Nada novo aconteceu...
Apenas sinto a vida como uma brisa leve...
Que levando os meus dias... tem sido gentil comigo.
Como é bom não ter pretensão alguma e poder ser nada (ou quase nada) em paz.
Como é bom poder apenas estar...
E hoje, especialmente hoje, estou aqui. 

 Dafne Stamato

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

2.6.14


Eu nunca gostei dos desafios fáceis de cumprir. 
Onde existe mais facilidade, existe mais gente. 
Prefiro as trilhas mais difíceis. 
Elas costumam transformar pequenas pessoas em grandes seres humanos! 

  Lígia Guerra

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

1.6.14


 Há tantas coisas que doem...

A vileza
A injustiça
A incerteza
A falsidade
A ingratidão
A arrogância
A ignorância

A maledicência dói... muito...

A incompreensão
A intolerância
A desfaçatez
A estupidez
A (des)ilusão
A ausência
A saudade

Sentir dói
Dizer dói 
Viver, muitas vezes dói
arranca pedaços
faz estragos
deixa marcas... 
profundas cicatrizes

E a alegria fica contida, estagnada 
perdida numa nostalgia inclemente,
sufocada dentro da alma.

Sonie Marie

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨