
À morte pertencemos. Desde sempre. Devíamos viver por camadas. Para escapar à morte. A essa morte que nos custa mais. A morte dos outros. A morte sem máscaras. Ou explicação. A morte crua. A profunda escuridão. Devíamos viver por camadas. Aqueles que se conhecessem, se falassem ou se amassem morreriam todos juntos. De uma vez só. Seria mais humana. Essa ausência do vazio que enche tudo quando nos morre alguém que amamos. Porque o que nos custa, o que nos entranha esta tristeza insustentável, não é pertencemos nós à morte. Mas é ficarmos vivos, carregando a morte dos outros.
Trista
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Manoel de Barros
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