
Houve um tempo em que eu era capaz de mexer na luz. Agora abro os olhos e nunca encontro nada. Há esta escuridão. Que invadiu tudo. Houve um tempo em que, mesmo sem te tocar, te desfazias na luz. Eras a ideia. A casa. A pessoa. O lugar. O nome. Para as coisas. Para a vida. Estavas nas minhas mãos. Como eu nas tuas. Abertas sempre. Houve um tempo em que acendias a luz. Só para ver se eu ainda estava lá. Confirmavas-me. Houve um tempo em que pusemos feitiços nas mãos um do outro. Depois apagamos a luz. Guardamos a magia nos bolsos. E esquecemo-nos. E eu. Há dias destes. E eu. Não sei ainda o que faço aqui. Com esta luz nas mãos. Sem as tuas.
Elisa
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