
Espelho louco
Sucedem coisas novas sem cessar,
e já estás fora delas. Faço a barba,
e lembro-me de ti: lágrima larga,
e paro: dos meus fins metade, par
foste dos actos livres; oxalá
tivesses sido mais! Vivo, prossigo
dia de trabalho, e vão comigo,
p'lo caminho, lembrança doce, ávida
falta… Mas que valem lágrimas e
caminho, querida, na solidão?
Realidade, presente, estão aí!
Só teu espelho te guarda, eu, a alma,
espelho que solta as imagens, um tão
louco espelho, que crê bater-te palmas!
Szabo Leirinc
(trad. de Ernesto Rodrigues)
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