Tua dor num riso esculpe-a
Não chores teu pranto, vence-o, porque há uma estranha volúpia em se sofrer em silêncio. Sê como o rio: entre tanta urze e espinho flui, resvala. Chora, mas finge que canta, canta e rola, sofre e cala. Vês o rio? As águas tontas cortam-nas seixos, mas brando, por sobre um leito de pontas vai sofrendo e vai cantando. Vai sofrendo, mas as mágoas nos seus cânticos embala. Minh'alma, sê como as águas: canta e rola, sofre e cala. Sê minh'alma à dor um cofre, guarda-a avarenta e calada, que a ventura de quem sofre é sofrer sem dizer nada.
Menotti Del Picchia
Não chores teu pranto, vence-o, porque há uma estranha volúpia em se sofrer em silêncio. Sê como o rio: entre tanta urze e espinho flui, resvala. Chora, mas finge que canta, canta e rola, sofre e cala. Vês o rio? As águas tontas cortam-nas seixos, mas brando, por sobre um leito de pontas vai sofrendo e vai cantando. Vai sofrendo, mas as mágoas nos seus cânticos embala. Minh'alma, sê como as águas: canta e rola, sofre e cala. Sê minh'alma à dor um cofre, guarda-a avarenta e calada, que a ventura de quem sofre é sofrer sem dizer nada.
Menotti Del Picchia
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