estou tão perto que me movo dentro de ti.
tão perto que sinto este poema desabitado.
estou tão perto. eu sei. tão perto que me dói a boca.
de tão fulgente. de tão incessante que é a água.
tão perto que as palavras saem do mesmo rumor.
como se ardessem no mesmo gesto atado.
assim tão perto. tão perto que nem te posso mostrar
o mar aberto. a colina acesa à nossa frente.
mas sentes ao menos a distância invocada da procura?
a estrela profunda da noite. a vereda do paraíso.
que vai deste poema ao lugar onde te condensas?
sentes como o vão infinito das palavras inexiste?
como elas se não desvendam e passam sem te tocar?
Daniel Gonçalves
tão perto que sinto este poema desabitado.
estou tão perto. eu sei. tão perto que me dói a boca.
de tão fulgente. de tão incessante que é a água.
tão perto que as palavras saem do mesmo rumor.
como se ardessem no mesmo gesto atado.
assim tão perto. tão perto que nem te posso mostrar
o mar aberto. a colina acesa à nossa frente.
mas sentes ao menos a distância invocada da procura?
a estrela profunda da noite. a vereda do paraíso.
que vai deste poema ao lugar onde te condensas?
sentes como o vão infinito das palavras inexiste?
como elas se não desvendam e passam sem te tocar?
Daniel Gonçalves
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