Falo deste quarto excessivo, o teu rosto iluminado por dentro do espelho, o sofá de plástico recostado na memória, a cadeira partida, um anel esquecido entre as poeiras do amor. E também o armário onde dormem, ainda, as roupas, as viagens,as cartas e todos os sapatos de todos os percursos acumulados no tapete, o candeeiro do tecto sobrevoando a terra despida dos nossos corpos. E, depois, a cama de casal, por assim dizer, ineficaz, a cama estreita de prazer e, entre as duas, o esqueleto do mar. O copo vazio. Falo, portanto, do silêncio deste quarto.
31.3.18
Falo deste quarto excessivo, o teu rosto iluminado por dentro do espelho, o sofá de plástico recostado na memória, a cadeira partida, um anel esquecido entre as poeiras do amor. E também o armário onde dormem, ainda, as roupas, as viagens,as cartas e todos os sapatos de todos os percursos acumulados no tapete, o candeeiro do tecto sobrevoando a terra despida dos nossos corpos. E, depois, a cama de casal, por assim dizer, ineficaz, a cama estreita de prazer e, entre as duas, o esqueleto do mar. O copo vazio. Falo, portanto, do silêncio deste quarto.
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