
Se perguntarem por mim digam
- que as raízes de meus ventos dispersaram tantas quimeras
mas que os vendavais de meus dias não perderam ainda suas cores
- que o sol, o mar e as areias da praia fluem
em mim como os acordes de Debussy num fim de tarde
- que todos os azuis e os verdes, às vezes, me habitam
- que, às vezes, sou uma pobre noite sem estrelas puras
- que meus sonhos de tão vagos não encontraram
janelas e nem portas
- que minhas semeaduras se deixam queimar magras,
bem antes que o sol se ponha
- que na música de tantos dias e noites encontrei
violinos desafinados
- mas que
na chuva, de tão cinza ao cair
descobri nela
toda uma gama de coloração
de vida
rasgando estradas novas em esperança.
Se perguntarem por mim...
Alvina Nunes Tzovenos
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