
agora, vai
agora, vai
e não tomes muito do tempo para descansar
tens que continuar,
tão somente e apenas
continuar,
e se souberes
guarda das sombras
o idioma do homem
esse pouco de palavra que apenas procura
o que não encontra
e quando o encontra,
não se satisfaz.
Deixa-o repetir em elipse, a rota
o perpétuo movimento
inquieto verbo em fragmento, nítido
pressentimento, por vezes a saliência do espelho,
a tarefa de vasculhar, chafurdar, reescrever
continuar
e se preciso for,
como destino e momento passado
já somatórios do corpo que pressente,
[da areia em que se esculpe o passo se diz que não sabe como o guardar]
nem à escrita dum mar que adormeceu quase morto
na palavra que não tem distância,
nem à própria guarida do tempo, vai
anda,
tens que continuar.
Leonardo B.
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Adorei!Muito especial! Obrigada.
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