
Abriu no colchão as valas possíveis
e enterrou por ordem alfabética
cada parte do corpo: os pêlos
os pântanos as unhas encravadas
e as unhas que outros cravaram pelas coxas.
Estudou cuidadosamente as ondas as horas
para que não restassem dúvidas
sobre os caminhos marítimos
para a noite. Por fim
podou todas as janelas do quarto;
bebeu o vinho;
roeu a carne do quarto
até não sobrar nenhum coração.
Catarina Nunes de Almeida
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Uau! Que devassidão de poema. Você realmente escolhe aqueles em que o coração pede para postares aqui. Obrigada por esse presente que eu ainda não conhecia.
ResponderExcluirBeijo!