
Final
Resta o passado, o meu passado... minha glória,
não por mim, mas por ti, que nele existes...
Por ti, que me povoas a memória
do coração, a memória dos sentidos,
a memória imortal do pensamento,
com as mil estátuas dos teus gestos tristes,
com teus olhos de pasmo, doloridos,
com tua voz de cântico e lamento,
écloga e litania do teu amor, que era,
sobre a frialdade do meu precoce outono,
um hálito morno de primavera.
- Resta o passado, céu de eterna claridade,
paraíso perdido, céu divino,
onde a um mando de mágoa e de abandono
estacou, como o sol da Bíblia, o meu destino...
- Resta o passado, que não foge e que não cansa...
- Resta a saudade, mais fiel, menos triste, que a esperança...
Felippe D'Oliveira
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