
_ para dizer adeus _
foi ele ...
quem plantou esse embondeiro dentro de mim
ensinou-me a beber do sumo para engordecer alma
no tempo em que a vida corria azul sobre nossos dias
foi ele...
quem colocou em minha boca esse gosto de geografias
essa fome insaciável por descobrimentos de terras longínquas
foi ele...
quem escreveu minhas cartas de navegação
e esse querer absoluto de ser mar e navio
agora...
com um precipício dentro do peito
quando ausência ultrapassa o grito
quando a lua envelheceu
quando extinta a primavera
quem juntará meus fragmentos:_como puzzle?
por todos os deuses:
amordacem as sirenes
aquietem os sinos do convés
apaguem o marulho das vagas
calem esse silêncio salitre do adeus
quero somente cerrar as pálpebras dessa dor
quero purgar-me nas sombras do meu baobá
quero sangrar os versos até o suspiro final da poesia:
- porque para a morte não há metáfora!
Ana Merij
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Belíssimo poema Ana.
ResponderExcluirQuando o amor deixa dentro de nós vestígios dos quais não conseguimos nos livrar, só mesmo a morte, ou um milagre pode vir como vingança...
Amei teu lugar,
Abraços e ótima semana
Olá, Helena
ResponderExcluirSeu blog é um luxo! Parabéns.
Gostei bastante daqui.
*ótima semana!*bj
Um sótão cheio de lembranças
ResponderExcluirEscrevi no pó palavras sem nexo
Retirei uma cartola de uma caixa de cartão
E senti ao toque o poder da ilusão
Ilusões…
Um cavalo de pau perdido ao carrocel
Uma estola de um bicho qualquer
Uma escultura talhada a cisel
Uma foto a preto e branco
De uma mulher sem rosto
Uma janela virada para nenhum lado
Uma traquitana a imitar o sol-posto
Terno abraço
Helena
ResponderExcluirEstou seguindo-a.
Adorei seu BLOG.
Parabéns!!!
Verluci Almeida