esse silêncio
naquela noite queria apenas sentir
já se cansara de viver anestesiada
não sentir mais dor
nada a despertava daquela catarse
nem espinhos, nem rosa
nem os pingos de chuva
que gotejavam pela vidraça da janela
nada mais a tocava, nada
queria sentir qualquer coisa
queria ser qualquer coisa
queria ouvir qualquer coisa
um barulho ao longe
uma música de amor
um sax do Chet
uma canção da Piaf
um tango de Gardel
ah, esse silêncio que maltrata
que a obriga escutar-se
a esconder-se
a desfiar as lembranças
e as dores
como as miçangas arrebentadas de um terço
que se alojam em um canto da gaveta
que ninguém abre mais...
Canto da Boca
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Que a vida nos faça perdurar sempre assim: poéticas , mas longe de todas as gavetas fechadas!! ;)
ResponderExcluirQue honra, Helena, estar aqui em seu blogue, nesse formato, um poema meu, obrigada!
ResponderExcluirUm beijo grande, e uma ótima semana para ti!
;)