Calmamente ela desistia das pessoas.
E com o passar do tempo,
e quanto mais o sol nascia na sua janela,
mais calmante ela desistia.
Na impossibilidade de não amanhecer todos os dias,
mansamente ela vivia.
Aprendia todos os dias a suavemente desistir,
sabiamente desistir de tudo o que resiste,
ou deseja com fraqueza.
Por que ela acreditava que amor não se pede e então,
se tivesse que pedir, partia.
E ao longo dos dias que se sucediam,
ela ia ganhando o ar sereno daqueles
que sabem desistir em paz.
Aprendeu com o tempo a usar sua força
naquilo que valia a pena.
E se alguém por ventura quisesse ficar,
então ela amava.
Amava com a força daqueles que não desistem
nunca daquilo que quer ficar.
Andréa Beheregaray
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