"A todos os visitantes de passagem por esse meu mundo em preto e branco lhes desejo um bom entretenimento, seja através de textos com alto teor poético, através das fotos de musas que emprestam suas belezas para compor esse espaço ou das notas da canção fascinante de Edith Piaf... Que nem vejam passar o tempo e que voltem nem que seja por um momento!"

31.12.11



Cadeira no Céu

Uma cadeira de braços. No céu. Ou a partir de onde eu imagine o céu. Com estrelas. Demasiadas. Um céu de inverno. Com improváveis estrelas. Frio. Uma cadeira de braços. E eu sentada nela. Tão intactos quanto possível. A cadeira. O céu. Uma intacta cadeira num intacto céu de inverno com estrelas de intacto brilho. Improváveis. E eu. Provavelmente desfragmentada. A esquizofrenia de que (ainda) não padeço porque a reconheço quando chega. Talvez já esteja nos braços da cadeira. À espera que eu me sente e tente. Reunir fragmentos do que sou e serei. E do que fui. Se. Um dia tiver uma cadeira de braços. Intacta num intacto céu de improváveis estrelas de brilho intacto. Acho que serei. Uma velha mulher. Apenas sentada numa cadeira. De braços. No céu.

Elisa

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