
o vazio. como um buraco no peito. um bocado que de lá foi tirado. não dói. é a um tempo suave e amargo. mas não dói. infiltra-se em nós e fica no ar. como algo que devia estar e não está. arrepia-se a pele ao de leve. encolhemo-nos um pouco para guardar o calor de um qualquer momento que em nós ficou. lentamente, o vazio vai sendo preenchido pela rotina das horas. o frio desaparece e deixamos que o conforto nos envolva. até que, vindos do nada, surgem aqueles momentos em que o vazio fala outra vez. baixo. murmura. queremos enxotá-lo como uma mosca incómoda. deixa-se ir. como tudo o que tem a certeza de voltar. quando menos esperamos.
Alice Daniel
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Basta-me um pequeno gesto,
ResponderExcluirfeito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
Cecília Meireles
Beijos poéticos......M@ria