
Ausência
Tu ficaste ausente
E na tua ausência
Nada ocorreu
As coisas
Não aconteceram
Não houve o café
Ninguém sentou a mesa
Para conversar
Ninguém abriu a porta da sala
Para as visitas
Tudo ficou silencioso e mudo
Os móveis ficaram
Cobertos de pó e solidão
Os tapetes se recolheram
As flores deitaram mais cedo
E o livro aberto na escrivaninha
Ficou por ler
Não existiram passos no corredor
Nem riso nem choro
Tudo ficou ausente e suspenso
Calado e retraído
A noite não se fez
Ficou vazia e caída
As tardes não aconteceram
Foram apagadas ou riscadas
A madrugada ficou por fazer
Como teias inacabadas das aranhas
Alex Zigar
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Há demonstrações de carinho que nos imensam!"
Manoel de Barros
Demonstre seu carinho...