
O verde deixou de ser esperança
Ando pela casa. Sozinha. Vazia. Assim como eu. Cada coisa está no seu devido lugar. Mas existem falhas. Faltas. Faltam coisas. Faltam os teus tênis espalhados pela casa, falta a tua t-shirt suada jogada na minha colcha novinha. Falta, também, o barulho, a zoada da televisão e o tec-tec irritante do ventilador. E são tantas as coisas em falta. E é o mais importante que faz a casa parecer grande, solitária, sozinha, vazia. Tu. Por onde andas? O que fazes? Quando voltas? Será que voltas? Levaste o calor e o aconchego. As cores perderam o brilho. O laranja, o amarelo, o vermelho e o verde, tornaram-se cinzas. A nossa casa transformou-se num mar de preto e branco. As cores já mais não fazem diferença. O laranja perdeu o calor de outrora, o amarelo deixou de brilhar, o vermelho deixou de irradiar paixão e o verde... ai o verde... o verde deixou de ser esperança.
Ísis Rezende Costa de Lima
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