Espero o alvorecer
Espero o alvorecer que me há-de devolver todas as aves que perdi. A meu lado descansa a penumbra que alonga os seus braços ao copo vazio, sobre a velha secretária do avô. Estou sentada e penso na época das certezas mais antigas, das crenças que traçava em todos os gestos que inventava. Estou parada neste tempo, o tempo da minha casa, do meu corpo, ajustado ao espaço, às paredes nuas, ao silêncio dos gatos adormecidos. Estou sentada e olho a minha própria presença, perdida nesta ausência sossegada.
Bibi Pereira
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Espero o alvorecer que me há-de devolver todas as aves que perdi. A meu lado descansa a penumbra que alonga os seus braços ao copo vazio, sobre a velha secretária do avô. Estou sentada e penso na época das certezas mais antigas, das crenças que traçava em todos os gestos que inventava. Estou parada neste tempo, o tempo da minha casa, do meu corpo, ajustado ao espaço, às paredes nuas, ao silêncio dos gatos adormecidos. Estou sentada e olho a minha própria presença, perdida nesta ausência sossegada.
Bibi Pereira
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