
Ela perguntou-lhe a cor dos seus pés.
Ele respondeu silenciosamente que eram da cor da pedra.
Ela percebeu e sorriu.
Ela gostava de andar descalça, de esfolar os pés e de os gastar,
gostava de tocar o chão rugoso com as suas palmas
e de sentir o caminho de uma outra forma, muito avessa.
Ela gostava de pés que se podiam usar, vestir e calçar,
disse-lhe depois de o seu silêncio terminar.
Ele respingou que os seus pés sabiam amar e podiam ser bebidos como água fresca. Que os seus pés tinham asas escondidas e segredos doridos.
Ela apaixonou-se...
Agripina Roxo
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