
Despida
Olho por sobre o muro
cinza esverdeado
sei do perigo imediato
e ainda assim
mantenho a postura
nenhuma fé
ou candura
nenhuma sina
ou rima
tudo tão pobre
podre
amargo e doce
olho a parede envelhecida
sei da transformação
corpo coberto de penas
sinto murcharem as mãos
olho por entre as asas
a sensação de alívio
já não sou fêmea
sou ave
disposta a qualquer
desafio
olho o V que se forma
vejo as garras afiadas
esqueço os pés
pernas e braços
sou livre agora
voo no espaço.
Dhênova
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
[intenso o voo da palavra que percorre a página adormecida... intenso!]
ResponderExcluirum imenso abraço, Amiga Helena
Leonardo B.