
No sótão
Ainda que soubessemos agora
que a tua roupa não seria mais
necessária guardamo-la,
lá em cima, numa arca fechada.
Às vezes lá estou eu, ajoelhado,
segurando-a, tentando reviver
o tempo em que a usaste, recordar
o tamanho real de braços e pulsos.
As minhas mãos descem por dentro
de mangas invisíveis, vazias,
hesitam, depois exibem
amostras da memória:
um feriado verde, um batismo vermelho,
todas as tuas vidas incompletas
definhando através dos verões sombrios,
entrando na minha cabeça como poeira.
Andrew Motion
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Ainda que soubessemos agora
que a tua roupa não seria mais
necessária guardamo-la,
lá em cima, numa arca fechada.
Às vezes lá estou eu, ajoelhado,
segurando-a, tentando reviver
o tempo em que a usaste, recordar
o tamanho real de braços e pulsos.
As minhas mãos descem por dentro
de mangas invisíveis, vazias,
hesitam, depois exibem
amostras da memória:
um feriado verde, um batismo vermelho,
todas as tuas vidas incompletas
definhando através dos verões sombrios,
entrando na minha cabeça como poeira.
Andrew Motion
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[uma despedida que não acontece, a memória que vive, limpa, morre e ressuscita...]
ResponderExcluirum imenso abraço, Amiga Helena
Leonardo B.
Magnífico.beijos Helena
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